Tenho procurado fazer uma leitura de nossos dias e como as pessoas e empresas se comportam a esse tão chamado "mundo globalizado". Há uma corrida de comportamentos, visando perfeição de estratégia e acertos no que tange aos seus públicos alvos. Vamos percorrer algumas áreas e percebermos o quanto essa visão de curto prazo é vulnerável nos seus resultados, óbvio que existem excelentes resultados favoráveis, mas isso depende de estratégia e verbas.
No Futebol
No Futebol
Os dirigentes contratam os técnicos mais famosos da época e querem os resultados que devem ser de médio a longo prazo e "curtíssimo" e que transformem as mazelas das administrações em sucesso absoluto. Os craques da mesma forma, paga-se verdadeiras somas em dinheiro e querem que os atletas minimizem os rombos deixados por maus administradores. Quando as estruturas, políticas e diretrizes, não atendem e os resultados, não aparecem como desejavam, eles simplesmente demitem e rescindem os contratos alegando que os contratados, não foram capazes de resolver os anseios e necessidades da torcida e dos dirigentes. Pura mentira! Se observarmos os clubes que estão pensando em longo prazo, vamos ver que os resultados são mais satisfatórios e apresentam objetivos alcançados de fato. O técnico do Manchester United é um exemplo do LONGO PRAZO, depois de vários anos preparando uma equipe, os frutos aparecem sete anos depois. No Brasil, não é assim! Em apenas meses, ou mesmo, semanas os resultados precisam aparecer ou cabeças "rolam" num troca-troca sem fim. Todos os anos é a mesma coisa, os times trocam até tres técnicos num único campeonato com pouco mais de quatro meses, exceto o campeonato brasileiro. Todos querem ganhar os campeonatos, torneios e competições de seus segmentos, mas é necessário que sejam levados com profissionalismo a área de administração. Não pode ser por um "sobrinho" que resolve tudo, mas por profissionais habilitados, que sabem como chegar aos resultados desejados. Na cidade que eu moro, o prefeito é o Sobrinho e você pode imaginar como ela está sendo administrada. Chega de "sobrinhos" nas administrações, não aceite que os projetos sejam levados aos fracassos por que "alguns" que desejam o resultado de curto prazo (na maioria das vezes para o benefício prórprio) . Os times do nosso Estado de Rondônia refletem essas adiministrações "sobrinhas" que são verdadeiras lástimas de exemplos a não serem seguidos.
Nas Empresas
Tudo no curto prazo! Esse é o lema que figura nas cabeças que administram a grande maioria das empresas na região norte. Não vou falar do restante do país, pois no momento estou residindo em Rondônia. Os exemplos que vou citar de empresas que buscam o curto prazo nos seus resultados.
Recursos Humanos é a grande dificuldade em nossa região. O povo do Estado de Rondônia, os nativos, ainda assistem a chegada dos "colonizadores" que implantam suas culturas e determinam os ritmos de trabalho. O que vemos é uma subserviência em fase de metamorfose.
Durante anos as pessoas serviram as pessoas que chegavam com uma "força de capital" e com isso, dominaram vários anos. O quadro que vemos é de um desinteresse por parte das pessoas que formam a força da mão-de-obra principamente na capital. As empresas por sua vez, não esperam e investem pouco na qualificação de pessoal. Uma cultura de muitos anos, e a origem do povo rondoniense tem a cultura indígena no sangue. Isso reflete um comportamento mais "autônomo" ou seja, mais livre de compromissos com o que chamamos de "vestir a camisa" da empresa. Esse comportamento reflete um rodízio elevado no quadro de funcionários das empresas. O relato de uma profissional de recursos humanos de um grupo da cidade de Porto Velho que mantém dez lojas de diversas marcas, afirmou que separou mais de 2000 mil currículos, entrevistou mais de 680 pessoas e após várias etapas de seleção chegou a 140 pessoas e ficou apenas com 40 para atender as demandas das lojas que seriam inauguradas no shopping em outubro de 2008. O que é impressionante é que na data de hoje ela tem somente 30% dos contratados. Existem casos de empresas no mesmo shopping, que trocou por três vezes todo o seu quadro de funcionários do mês de outubro de 2008 até abril de 2009. É necessário fazer uma leitura e descobrir uma forma de mudar o atual quadro de rotatividade nas empresas.
O curto prazo normalmente não lista o TREINAMENTO de recursos humanos como prioridade.
Reduzir custos, otimizar as despesas e maximar os lucros estão nas cartilhas do curto prazo. Gastar menos e ganhar mais, de preferência com menos funcionários. As empresas querem pessoas prontas, acabadas, inteligentes, capazes, competentes, assertivas, produtivas, líderes por excelência e então perguntamos: "Onde estão essas pessoas?" Na verdade em cadas cidade de nosso país. O que não temos é uma visão de longo prazo para alcançar os resultados desejados.
Os que "abrem" empresas e se intitulam "empresários" desejam que suas empresas sobrevivam por longos anos, mas não planejam essa sobrevivência. Querem o máximo oferecendo o mínimo.
Um exemplo de restruturação é de uma concessíonária conhecida na cidade de Porto Velho por ser antiga e representa uma marca famosa. Durante anos ela foi administrada por pessoas que, não sabiam administrar e que causaram, tantos males que quase levaram-na a falência. Os donos perceberam que precisam mudar ou enfrentariam mais uma perda de grandes proporções ao grupo. Chamaram um executivo dos mais antigos em atividade que gerenciava uma concessionária e deu a famosa "carta branca", a partir desse momento começou a "limpeza" das "raposas" que emperravam o crescimento. Logo em seguida contrataram um novo executivo sob o comando do mais antigo que passou as fórmulas de sucesso e re-estruturaram a empresa. O resultado é que em quatro anos e meio a empresa resurgiu das cinzas e assumiu um lugar de destaque no cenário nacional e no conceito da diretoria da grande marca. Foi no estalar dos dedos? Não! Com um trabalho voltado ao TREINAMENTO e visão de longo os resultados estão aparecendo e motivando os colaboradores a produzirem muito mais. Um detalhe, na sua grande maioria os funcionários tem mais de dez anos e são de Rondônia. Um único homem pode mudar uma história!
O problema está no Estado? Não! Nas pessoas que nasceram aqui? Não! Está na concepção de pessoas que se intitulam "empresários" e que querem alimentar seus "egos" e "desejos" de realização pessoal, como a compra de carros luxuosos e fazendas com bois, sem planejar, sem investir em recursos humanos e pouca valorização das pessoas. É bom lembrar, que os resultados dependem de pessoas, do contrário, o fracasso está às portas.
Na área de comunicação ao público as empresas querem alcançar o máximo de clientes com pífias campanhas publicitárias, se é que podemos chamar de campanha. Não investem nas instalações adequadas, não investem em pessoas, nem treinamento e querem o máximo de lucro com baixos investimentos, acreditando que um VT de 30' vai resolver todos os seus problemas de marketing. (Estou quase abrindo uma ótica para empresários. Quanta miopia!).
Na Política
São apenas quatro anos!
Para os senadores são oito anos de mandato para desenvolver um trabalho que tenha relevância (para eles) e não para a população. Os governadores, deputados estaduais e federais, bem como prefeitos e vereadores, apenas quatro anos. Isso se dá de forma milagrosa. Vamos analisar os quatro anos:
Para os que assumem como deputados que precisam de quatro anos para "trabalhar" para a população. Pecisam trabalhar na verdade para se perpetuarem no cargo da seguinte forma
- 1º ano de mandato: precisam mostrar trabalho nas bases. Viajam semanalmente para visitar seus eleitores. Precisam saber como a "CASA" funciona, pois os recém-eleitos, que não conhecem os "caminhos" à demora é ainda maior. Depois de se adaptarem e formarem alianças não duram muito tempo, eles caminham para o;
- 2º ano de mandato: ano que precisam trabalhar a favor dos prefeitos e vereadores, além dos pré-candidatos aos cargos municipais. Se não fizer isso, provalvemente colocarão em risco seus mandatos na próxima eleição. O discurso no geral é esse: Então vamos "apoiar" as "lideranças de base". Após as eleições municipais que ocorrem no segundo ano de mandato, inicia o;
- 3º ano de mandato: tem que correr para mostrar serviço a população (não todos os que fazem isso). Emendas, convênios e liberação de recursos que o Governo Estadual ou Federal liberam para os parlamentares (na minha opinião para fazer politicagem) e com isso a população fixa os pseudos HERÓIS do cotidiano das comunidades. Enfim chegam ao;
- 4º ano de mandato: no inicio do mesmo o discurso é um "re-eleição!" Então vamos as "bases". "Vocês lembram que essa situação foi "EU" quem ajudou a RESOLVER?" e por ai vão os discursos dos "super heróis" da política que buscam em pouco mais de seis meses apresentar resultados que não foram alcançados em quatro anos. Chegou as eleições e tudo começa de novo. Os mesmos discursos, promessas e ladaínhas que se repetem a cada quatro anos. Tudo isso num projeto de curto prazo!
Com essa afirmação eu convivi por 17 meses no âmbito de políticos. Fiquei estarrecido com o que ouvi e no "frigir dos avos" percebi que na sua grande maioria os parlamentares que conheci, não sabem planejar o curto prazo, pois são "comboiados" por um sistema que já determina o que deve ser feito. Acompenhei um parlamentar que iniciou o mandato preocupado com os quatro anos que se seguiriam e em meio a essa situação, foi se perdendo no que de fato deseja enquanto político. Está sempre inquieto com o tempo que falta e depositou seu mandato nas mãos de assessores. Se eles falharem na sua re-eleição (até hoje não sabe para que) serão culpados pelas estratégias e se eles ganharem serão os verdadeiros heróis, pois elegerão alguém que não sabe a que cargo vai concorrer. Isso é uma façanha! Essa é a nossa política no Brasil. Quando chegam ao poder querem ser PRESIDENTE, mas não planejam COMO chegarão lá! A preço de ações empíricas e amadoras querem o poder a qualquer custo. Tudo isso no tão famoso CURTO PRAZO!
Concluindo...
Nas três áreas que abordamos existem os personagens chaves: No futebol (os cartolas), nas empresas (os empresários) e na política (os políticos). Cada um com sua característica e individualidade, mas o erro é o mesmo, a visão de curto prazo e o desejo aos resultados desejados.
Os resultados da mesma forma, no futebol - a instabilidade, cobrança das torcidas e títulos longe de serem alcançados, nas empresas - pessoas desmotivadas, vendas em baixa, e um grande número de empresas falidas e na política - saúde precária, educação de péssima qualidade, cidades sem estrutura, segurança pública somente no papel, e a lista não é pequena. É bom esclarecer que a grande maioria dos políticos são de péssima qualidade parlamentar, pois passam quatro anos e às vezes mais e não sabem desempenhar o seu papel nos cargos que se elegeram.
Façam uma reflexão nos conteúdos aqui expostos e perceberão que a visão e atitudes de curto prazo tem seus efeitos colateriais em outras áreas além das que citei nesse assunto.
Faço um apelo: Simplesmente Inove!
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